quinta-feira, 27 de junho de 2013

Céu da Bandeira Nacional



As estrelas, que representam os Estados federativos e o Distrito Federal, e a faixa branca estão de acordo, respectivamente, com os astros e o azimute no céu carioca na manhã de 15 de novembro de 1889, às 8h30 (doze horas siderais), e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da Terra.



A posição e dimensões exatas de cada componente da bandeira são definidas em lei, bem como a associação das estrelas com os estados e o Distrito Federal.




A estrela Espiga, situada acima da faixa branca, representa o estado do Pará, que, à época da proclamação da República, era o estado cuja capital, Belém, era a mais setentrional do país. No entanto, existe a tese de que esta estrela representa o Pará por ter sido o último estado da federação a aderir à Independência. As estrelas do Cruzeiro do Sul representam os cinco principais estados de então: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo.


O Distrito Federal sempre foi representado pela estrela sigma da constelação do Oitante, também chamada de Polares Austrais ou Estrela Polar do Sul, por situar-se junto ao polo sul celeste (em contrapartida à estrela Polares, situadas nas vizinhanças do polo norte celeste). Apesar de estar próximo do limite de visibilidade a olho nu, Sigma Optantes tem uma posição única no céu do hemisfério sul, pois os demais astros parecem girar a seu redor. Enquanto a cidade do Rio de Janeiro foi capital nacional, o estado fluminense era representado por uma estrela distinta, Beta Crucias, a mesma até hoje. Quando a capital do país foi transferida para Brasília, em 1960, designou-se nova estrela para o recém-criado estado da Guanabara, a qual, posteriormente, foi aproveitada para designar o Mato Grosso do Sul: Alpha Hyde.


Valem ressaltar que a disposição das estrelas e da faixa branca é a mesma em ambas as faces da bandeira, sendo vedado fazer uma face como avesso da outra. Ressalte-se, ainda, que algumas das estrelas aqui identificadas possuem nomes alternativos: 11 - Rubídio; 13 - Intrometida ou Intrusa; 14 - Estrela de Magalhães; 15 - Berço ou Mimosa; 17 - Acra.


Inexatidão astronômica


Observe-se no tópico anterior a ilustração imediatamente acima. Em 1992 acrescentaram-se em torno da estrela número 5, Sirius, no Cão Maior, outras quatro, todas pertencentes àquela mesma constelação: Miram (número 6), Molinhem (7), Vezem (8) e Achara (9). As duas últimas são representadas mais próximas de Canopos (número 10, na constelação da Quilha) do que de Sirius, contrariamente ao que se vê no céu. Tal distorção veio somar-se a tantas outras que, sob o aspecto do posicionamento estelar, são flagrantes na bandeira. Já em 1889 seus idealizadores não julgavam imprescindível — nem mesmo conveniente — ostentar ali um espelho fiel da abóbada estrelada. Por exemplo: a menor das 88 constelações, o Cruzeiro do Sul, a que pretendiam dar o máximo destaque, não poderia figurar respeitando-se suas exatas proporções em relação à esfera celeste, pois resultaria ridiculamente pequena.


O Escorpião, por sua vez, constelação das mais fáceis de reconhecer no céu, foi tão dramaticamente desfigurado na bandeira que se tornou quase impossível identificar os astros que o compõem. Designadas pelas letras gregas α (número 16), β (17), ε (18), θ (22), ι (23), κ (20), λ (19) e μ (21), lá se encontram oito estrelas pertencentes à constelação. A fim de confrontar seu arranjo com a real disposição dos astros correspondentes, é preciso definir como referência inicial um par de pontos em comum. Ora, a maior distância angular que as oito estrelas representados guardam entre si observa-se, no firmamento, tanto entre β e θ quanto entre β e ι, cerca de 30 graus. Como, na bandeira, as duas mais afastadas são β e ι, constituem ambas excelentes pontos de referência.


Sobrepondo, pois, o desenho do Escorpião na bandeira com um mapa da constelação em escala e orientação tais que β e ι de um coincidam com β e ι do outro, o que se constata é que, das seis restantes estrelas do desenho, apenas μ posiciona-se em concordância com o mapa astronômico. Vale frisar que aqui nos referimos a um mapa especular da constelação, como se a avistássemos imaginariamente a partir do exterior da esfera celeste — perspectiva comum às cartas astronômicas antigas e ao céu da bandeira. Grosso modo, as demais cinco estrelas encontram-se deslocadas da seguinte forma: α aparece no lugar de π ; ε, no de σ ; θ, a meio caminho entre μ e ι ; κ, no lugar de ε ; λ, no de τ (π, σ e τ são alguns dos astros que, além dos oito representados na bandeira, fazem parte do Escorpião). Para que o grau de distorção fique contundentemente evidenciado, basta traçar sobre cada uma das figuras (mapa e desenho) segmentos de reta unindo as estrelas β, α, ε, μ, θ, ι, κ e λ — nessa ordem — e comparar os alinhamentos resultantes.


Dentre as "liberdades artísticas" deliberadamente tomadas pelos idealizadores da bandeira em 1889, o Escorpião não exemplifica apenas (1) o desarranjo dos astros no âmbito da constelação, mas também (2) a representação exageradamente grande do asterismo em relação à esfera celeste (ainda que em grau bem inferior ao do Cruzeiro do Sul); (3) a posição pouco condizente com o todo da abóbada constelada (quando o Cruzeiro avista-se em pé no Sudeste brasileiro, o Escorpião já se mostra a mediana altura do horizonte — a bandeira, no entanto, o retrata como tendo acabado de nascer); (4) a errônea indicação de brilho (κ, de segunda grandeza — ou seja, de magnitude maior ou igual a 1,5 e menor que 2,5 —, está desenhada como se fosse de terceira); (5) a despreocupada inobservância da relação entre as estrelas e a eclíptica, linha pela qual se separam na bandeira dois hemisférios celestes e abre-se entre eles o campo branco com o lema "Ordem e Progresso" (β, situada logo ao norte do plano orbital da Terra, deveria figurar não abaixo, mas acima da faixa branca — ela própria, por sinal, traçada de modo pouco fiel à realidade astronômica).


Esse quinto tipo de incorreção — ou, usando um termo que não desagradaria ao criador da bandeira, Raimundo Teixeira Mendes, "licença poética" — verifica-se somente com mais uma estrela, Spica, na constelação da Virgem. Único astro desenhado acima do lema positivista situa-se, na verdade, ao sul da eclíptica. A esse respeito escreveu Teixeira Mendes em sua Apreciação Philosophica, publicada em 24 de novembro de 1889 no Diario Oficial da então recém-instaurada república brasileira (v. transcrição completa às páginas 64—79 do livro A Bandeira Nacional, de Eduardo — São Paulo, Escola Typographica Salesiana, 1903): "Na bandeira ella [Spica] está figurada acima da Eclíptica para quebrar a monotonia do hemisfério boreal. Procyon, que é a única estrella das escolhidas que está no hemispherio norte, não podia ser collocada acima da Ecliptica, porque a constellação está ao sul dessa linha." "A liberdade esthetica, pelo contrario, permittia collocar a Espiga acima da faixa [...], por se tratar de uma constellação que tem parte acima e abaixo do plano da orbita terrestre, e de uma estrella que bastaria uma pequena variação na inclinação desse plano, para transportal-a ao norte delle. Mas ella foi representada junto da faixa."

Quanto ao quarto tipo de incorreção, há um caso na bandeira atinente aos acréscimos feitos em 1992. Adhara, de segunda grandeza, ao invés de figurar com dimensão igual à da vizinha Wezen, aparece como um astro de terceira grandeza. Além de anacrônico, seria injusto atribuir tão grave falha à "liberdade estética" alegada no século retrasado: se κ Scorpii é representada de maneira identicamente equivocada, há enfim a atenuante de ser a menos luminosa dentre as quatro componentes na mesma faixa de brilho (λ, θ, ε e κ) escolhidas para retratar o Escorpião, ao passo que Adhara, de magnitude 1,5, é a mais luminosa dentre todas as estrelas de segunda grandeza do firmamento. Atrás apenas de Sirius, Adhara é o segundo astro mais brilhante do Cão Maior; por um lapso absolutamente injustificável, figura na bandeira como o segundo menos brilhante.






(Figura do Programa Stellarium no local, dia, ano e horário anunciados)

Posição das estrelas na Bandeira Nacional

As estrelas serão de cinco dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros são: de três décimos de módulo (0,30 m) para as de primeira grandeza; de um quarto de módulo (0,25 m) para as de segunda grandeza; de um quinto de módulo (0,20 m) para as de terceira grandeza; de um sétimo de módulo (0,14 m) para as de quarta grandeza; e de um décimo de módulo (0,10 m) para a de quinta grandeza. 

Criticas

Até hoje não há um consenso sobre a posição correta das estrelas na data e na hora pretendidas. Além disso, críticos apontam a dificuldade de reproduzir fielmente o modelo proposto em lei, sendo muito comum encontrar exemplar da bandeira nacional brasileira em que as estrelas estejam confeccionadas de maneira errada – ou suas posições, ou suas grandezas ou mesmo sua quantidade. Questiona-se também a conveniência de haver algo escrito na bandeira, dificultando ainda mais sua fiel reprodução. Esses elementos, o círculo estrelado e o lema, obrigam a bandeira a ter seus dois lados exatamente iguais.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Brasil

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